quinta-feira, 26 de abril de 2007


Muibo bom !!

VERBOS NOVOS E HORRÍVEIS
Ricardo Freire, jornalista.
Sobre o autor: http://www.freires.com.br/

Não, por favor, nem tente me disponibilizar alguma coisa, que eu não quero. Não aceito nada que pessoas, empresas ou organizações me disponibilizem. É uma questão de princípios. Se você me oferecer, me der, me vender, me emprestar, talvez eu venha a topar. Até mesmo se você tornar disponível, quem sabe, eu aceite. Mas, se você insistir em disponibilizar, nada feito.

Caso você esteja contando comigo para operacionalizar algo, vou dizendo desde de já: pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Eu não operacionalizo nada para ninguém e nem compactuo com quem operacionalize. Se você quiser, eu monto, eu realizo, eu aplico, eu ponho em operação. Se você pedir com jeitinho, eu até implemento, mas operacionalizar, jamais.

O quê? Você quer que eu agilize isso para você? Lamento, mas eu não sei agilizar nada. Nunca agilizei. Está lá no meu currículo: faço tudo, menos agilizar. Precisando, eu apresso, eu priorizo, eu ponho na frente, eu dou um gás. Mas agilizar, desculpe, não posso, acho que matei essa aula.

Outro dia mesmo queriam reinicializar meu computador. Só por cima do meu cadáver virtual. Prefiro comprar um computador novo a reinicializar o antigo. Até porque eu desconfio que o problema não seja assim tão grave. Em vez de reinicializar, talvez seja o caso de simplesmente reiniciar, e pronto.

Por falar nisso, é bom que você saiba que eu parei de utilizar. Assim, sem mais nem menos. Eu sei, é uma atitude um tanto radical da minha parte, mas eu não utilizo mais nada. Tenho consciência de que a cada dia que passa mais e mais pessoas estão utilizando, mas eu parei. Não utilizo mais. Agora só uso. E recomendo. Se você soubesse como é mais elegante, também deixaria de utilizar e passaria a usar.

Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em "ilizar".

Se nada for feito, daqui a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em "ar".

Todos os dias, os maus tradutores de livros de marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia, reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas.

A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis.

Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como vai admitir, digamos, "viabilizar" ?

É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que "desincompatibiliza r" sempre foi um palavrão.

Precisamos reparabilizar nessas palavras que o pessoal inventabiliza só para complicabilizar.

Caso contrário, daqui a pouco nossos filhos vão pensabilizar que o certo é ficar se expressabilizando dessa maneira. Já posso até ouvir as reclamações: "Você não vai me impedibilizar de falabilizar do jeito que eu bem quilibiliser" .

Problema seu. Me inclua fora dessa.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Meus amigos
estou no vol. 4 da ANTOLOGIA- SACIEDADE DOS POETAS VIVOS

Aguardo a visita de vocês !

O tema do volume 4 da Saciedade dos Poetas Vivos Digital, "Entre quatro paredes" sugestão de Urhacy Faustino , talvez tenha sido o mais amplo de todos, até agora, porque entre as quatro paredes está a casa e as relações familiares: os cômodos (quarto, sala, cozinha), os objetos (televisão, geladeira, escrivaninha), os animais de estimação, as pessoas (pais, filhos, amantes), os sentimentos (cansaço, rotina desgaste, amor). As pessoas e os seus cotidianos. Seus sonhos e pesadelos. Seus medos e frustrações, seus humores, suas construções e desmoronamentos diários. Quisemos aproveitar o volume ser o quarto, para estendê-lo não apenas aos quartos de dormir, mas a todas as suas dependências. Se formos ampliar ainda mais o conceito, encontramos a pátria e o próprio planeta Terra como habitat-casa-berço-lar, onde o "homem poeticamente habita", no verso de Hölderling. "A linguagem é a casa do ser, nós chegamos a ele pela atividade contínua de andar por essa casa" escreve o filósofo alemão Heidegger.
Por ser tão amplo e ao mesmo tempo tão pessoal, é tema de complexa articulação. Cremos, porém, ter conseguido reunir dezessete abordagens interessantes e variadas sobre o assunto, algumas mais polêmicas e impactantes, como as de Fernando Paganatto e Patrícia Evans, outras mais líricas como as de Ana Wilinski, Gisele de Carvalho e Silvia Cristina Fernandes; há ainda a existencial de Maria da Graça de Almeida, a filosófica de Gerson Ney França, a multifária de Chris Herrmann, a clássica de Condorcet Aranha, a crítica de Cármen Rocha, a ontológica de Márcia Sanchez Luz, a instigante de Fabbio Cortez, a metafórica de Marlene de Andrade Martins, a lúcida de Rizolete Fernandes. A surpresa deste volume digital ficou por conta da participação, no último instante, de Leila Míccolis, em substituição a um excelente poeta cuja remessa não se ateve, porém, infelizmente, dentro do contexto da temática proposta.Como convidades especiais, abrilhantando nosso projeto, contamos nesse quarto volume com um dos maiores poetas vivos da poesia brasileira, o acadêmico Lêdo Ivo, que é inclusive do Conselho Administrador de Blocos Online, e com Suzana Vargas, nome também consagrado nacional e internacionalmente..
A casa, seus habitantes e seus fantasmas, entre e sinta-se à vontade. Este é mais um projeto com o selo de qualidade Blocos, o qual temos orgulho e prazer em oferecer ao nosso público leitor.
Urhacy Faustino e Leila Míccolis-EDITORES

terça-feira, 3 de abril de 2007

"A experiencia religiosa cósmica é o poder mais forte e mais antigo da pesquisa científica. Minha religião consiste em uma humilde admiração pelo espírito superior, ilimitado, que se revela no menor detalhe e que percebemos através de nosso fraco espírito. Esta convicção profundamente sentida da presença de um poder superior lógico, que se revela no incompreensível universo, é minha idéia de Deus."

Albert Einstein
Tirado da revista O Teosofista, 1987.