terça-feira, 28 de março de 2006

sexta-feira, 24 de março de 2006

Adorei esse texto! Claro, simples,direto.Quando escrito por Veríssimo,óbvio.Tentei várias abordagens para o mesmo assunto, e não gostei dos resultados.
Difícil não ser machista, ou vulgar,ou feminista.Ele achou o tom certo,para um assunto ainda tabu.Pois quem dá, menos os polítcos, dá o que é seu, certo?
Então ao meu ver dá o que quer,como quiser,mas principalmente o que pode dar!! E amor são poucos os que sabem dar, talvez menos ainda os que saibam receber.



Dar não é fazer amor. Dar é dar
Fazer amor é lindo, é sublime, encantador, é esplêndido
Mas dar é bom pra cacete.Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria..Não te vira com delicadeza...Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.Melhor do que dar, só dar por dar.Dar sem querer casar....Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...Te amolece o gingado...Te molha o instinto
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos,sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.Durante um mês.Para os mais desavisados, talvez anos.Mas dar é dar demais e ficar vazio.Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe,pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:"Que que cê acha amor?"
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho...É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...

Luiz Fernando Veríssimo.


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quarta-feira, 22 de março de 2006

Longas Noites
dias ainda quentes
não há ansiedade
angústia, o incerto...
Luzes apagadas
não se vê ao longe
Fantasia-se
Outono
sonhos soltos ao vento
Embaraça os cabelos
Gelado
Noites longas de outono
Quietas
As folhas mudam de lugar
E só


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domingo, 19 de março de 2006

"As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental". A clássica frase de Vinícius de Moraes pode soar como uma sentença de morte para muitas mulheres que fogem aos padrões de beleza tradicionais, seja por estarem um pouco acima do peso, por não terem o cabelo da moda ou por um nariz um pouco maior. Mas até que ponto a "feiúra" interfere na vida das mulheres, seja no aspecto sentimental, profissional ou sexual?
Para traçar as agruras que muitas mulheres enfrentam, a escritora gaúcha Cláudia Tajes publicou o livro "A vida sexual da mulher feia", onde ouviu vários depoimentos de quem não se considera nas proporções ideais. Cláudia observou que há uma preocupação excessiva das mulheres por não estarem nos padrões e isso acontece, também, devido ao "massacre" que a mídia faz ao bombardear as pessoas comuns com imagens daquelas chamadas de perfeitas. "Se eu pudesse dizer alguma coisa para consolar quem não nasceu Gisele Bündchen, certamente seria: leia mais, informe-se mais, fique mais interessante. A gente pensa que não, mas ainda tem muita gente nesse mundo que dá valor para uma cabeça boa", ressalta.
Entre as histórias ouvidas, Cláudia destaca uma: "Gostei do depoimento da garota que, maltratada pelos homens por sua suposta feiúra, encontrou por acaso uma mulher que se encantou por ela. As duas acabaram se apaixonando, é uma fábula dos tempos de hoje". Para a escritora, a Internet tem sido uma forte aliada das mulheres "menos privilegiadas". Mas quando o romance avança, as surpresas acontecem. "Quando o parceiro pede para conhecê-la ao vivo, geralmente, a surpresa não é muito boa", diz.
Cláudia Tajes lembrou que o preconceito com as feias existe no mundo todo. No início do mês de janeiro, o jornal The Sun denunciou que o setor de imigração do Reino Unido facilitava o visto para mulheres brasileiras e, principalmente, para as bonitas. Os expedientes das mulheres consideras bonitas eram examinados com rapidez. Um ex-funcionário contou que as imigrantes ditas feias eram alvo de deboche no setor. A foto da feia era pendurada em uma parede para que todos pudessem rir daquela que foi mandada de volta para o seu país de origem.
Para a psicóloga Irani de Lima Argimon, professora de Psicologia da PUCRS, todas as pessoas têm momentos de oscilação da auto-estima. No caso da mulher, a auto-estima é mais abalada quando o lado afetivo não está bem. A briga com o namorado, uma rejeição, a dificuldade em encontrar um parceiro ou a descoberta de uma traição pode desestruturar a mulher. "A primeira pergunta é: o que as outras têm que eu não tenho?".
Depois de ouvir tantas histórias, Cláudia Tajes constatou que feiúra é algo relativo, assim como a própria beleza. Segundo ela, muitas de suas entrevistadas eram até bonitas, mas por estarem um pouco fora do peso ou por não terem o nariz considerado ideal, passavam a se considerar horrível e a se comportar como tal. Por conseqüência, eram tratadas também como feias e se sentiam desvalorizadas. A conclusão dela é de que "está para nascer quem não se sinta feio de vez em quando. Provavelmente, até as supermodelos têm o seu dia de monstro".
Sou feia mas tô na modaA funkeira Tati Quebra Barraco saiu em defesa das feias ao se autodefinir como uma, sem medo e sem vergonha. Dona de um repertório cheio de letras provocantes, a carioca nascida na favela Cidade de Deus lançou o bordão "Sou feia mas tô na moda" em sua própria homenagem, agradando a belas e feiosas. Mesmo se considerando feia, Tati não deixa de lado a vaidade, e gasta boa parte do cachê em roupas. Os cuidados estéticos também fazem parte da rotina atual da cantora, que fez no ano passado uma lipoaspiração e recentemente um implante de silicone, do qual ainda está em fase de recuperação.
Na rede de relacionamentos Orkut, na Internet, é possível encontrar várias comunidades sobre o assunto. De um lado, as que defendem as feias e ressaltam suas outras qualidades: "Sou feia mas sou legal", "Eu gosto de mulher feia". De outro, as que adotam um tom mais agressivo: "Odeio Mulher Feia", "Mulher feia é na pedrada". Nelas, há desde o desabafo de jovens que não se conformam por não ter um corpo escultural e por terem dificuldades em arranjar namorado até piadinhas machistas e competições para ver quem é a mais feia do grupo de participantes.
Passeando pelas comunidades e observando as fotos das integrantes não há como não concordar com a escritora Cláudia Tajes. Muitas mulheres se acham horríveis, a pior do mundo, quando não o são, e deixam de destacar o que têm de melhor. Que tal parar com a frescura e fazer as pazes consigo mesma e com o espelho, e aproveitar o que tem de bom?

(Matéria do Portal Terra-mulher)


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quarta-feira, 15 de março de 2006

DESABAFO - MULHER MODERNA ou AMÉLIA??
"São 7h...O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra aparede...Estou tão cansada... não queria ter que trabalhar hoje...Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até....Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro,passeando pelas redondezas...Aquário? Olhando os peixinhos nadarem...Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento...Brigadeiro...Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher... queria saber PORQUE ela fez isso conosco, que nascemos depois dela...Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós... elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, freqüentando saraus. ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço"!!!Que espaço, minha filha???Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, pra tudo!!! Que raio de direitos requerer?Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz...Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei.PORQUE???..me digam PORQUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!!!Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar,passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que acessórios usar... tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus!!!E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados,doutorados, e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!).Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles...Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?CHEGAAAAAAA!!!... eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... ai, meu Deus, já são7:30,tenho que levantar!..., e tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz um cafezinho, por favor?", descobri que nasci para servir.Vocês pensam que eu tô ironizando? To falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna....Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?
(Autora: uma Mulher,cansada, Puta da Vida)!!!"


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(Foto da poeta Florbela Espanca)

sexta-feira, 10 de março de 2006


Parabénsssssssss


Olá pessoal !

Agora no mês de março, este blog completa um ano !

E eu resolvi "invadir" este espaço para deixar umas palavras a minha amiga.

Não é fácil permancer no cyber espaço por tanto tempo, digo isso por experiência própria.

Apesar de não ser fácil, minha amiga Gi consegue manter este espaço muito bem, obrigada !

Sempre nos presenteando com lindas poesias, e textos que sempre nos deixam alguma lição pra esse aprendizado que é a vida .

A Gi é uma pessoa que admiro demais... como mulher, mãe, amiga, como ela mesma já disse aqui, temos uma sintonia enorme.

E isso não acontece sempre ... as vezes esqueço não conheço a Gi pessoalmente, falo e penso nela como em qualquer outro amigo querido que conviva comigo.

Falar da Gi, é falar do talento com as palavras ! Privilégio de poucos... e nesse um ano de blog, digo que tenho orgulho das suas palavras e da sua amizade !

Gisoca, parabénssssssss !!!

Que possamos comemorar muitos aniversários do Silêncio & Poesias, afinal quem ganha o presente somos nós, que nos deliciamos com seus textos !!!

Um beijão enorme ! Sucesso !
Lu.

quarta-feira, 8 de março de 2006

Bunda mole é ?
Belinha acordou às seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugarproibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela,Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente ede seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu.Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata,porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir até o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses.Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor.Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças.Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudessepegar os malditos papéis na empresa, mas a bosta continuava fora de área.Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse os documentos.Tomou um banho, deu o jantar para as crianças, fez os deveres com os dispersos e botou os monstros para dormir.Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de tudo. Jantaram em silêncio.Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono.Artur a acordou com tesão, a fim de jogo. Como aqueles momentos estavamcada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um último esforço de reportagem e transar.Deram uma meio rápida, meio mais ou menos, e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:- Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... deixa de preguiça e começa a se cuidar..Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!Depois se viu pulando sobre o tórax dele até quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentesdepois deu-lhe um chute tão brutal no saco, que voou espermatozóide para todos os lados!Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas.Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul, e ponderou.Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cega de tensão pré-menstrual...Resolveu agir com sabedoria.No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada.Foi para uma academia e malhou duas horas.De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho.Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele,da mulher dele e do projeto dele.E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada.Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que elahavia sumido.Pacientemente não atendeu.E, como vingança é um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele.- A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura.
Um beijo da preguiçosa...
(Extraído do livro: Este sexo é feminino /Patrícia Travassos).
Essa mensagem foi enviada atraves do Webmail da Rede UTI. Sua Garantia de Qualidade.



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domingo, 5 de março de 2006

Não tente nos entender. Apenas nos ame!:: Rosana Braga ::

Mais uma vez é o nosso dia. Dia Internacional da Mulher. O nome é amplo, à altura da imensidão do feminino. Mas o que me incomoda mesmo é a tal alegação impiedosa e limitada sobre nós: é impossível satisfazer as mulheres!.Vou aproveitar o ensejo para discordar, veementemente. Por mais que já tenha refletido sobre esta aparente insatisfação das mulheres, por mais que já tenha observado os meus próprios paradoxos e até admita que nem nós mesmas conseguimos nos entender, muitas vezes, tenho de tentar esclarecer: satisfazer-nos é possível! Queremos e podemos ser satisfeitas e isso é mais fácil do que tem acreditado alguns homens. E quanto a nos entender, pra que? Desistam desta idéia. Não nos entendam, não tentem traduzir nossas contradições ou fazer contas pra saber se hoje estaremos ou não de bom-humor.Basta que nos olhem com determinação e nos façam um elogio como quem sente a nossa alma. Adentre em nosso corpo como quem busca nossos sonhos, e depois nos seduza daquele jeito que vocês tão bem sabem fazer... e nos sentiremos desejadas; toda a satisfação terá nos invadido.Mulher deseja ser amada e não ser entendida. Deseja ter a sensação de que, dentre tantas outras, é única. Creio que o autor que mais se aproximou da alma feminina tenha sido Saint Exupéry, talvez despretensiosamente, enquanto escrevia O Pequeno Príncipe.Quem já leu, certamente vai se lembrar da rosa, tal qual um coração de mulher...- Ah! Eu acabo de despertar. Desculpa. Estou ainda toda despenteada.O principezinho, então, não pôde conter o seu espanto:- Como és bonita!- Não é? Respondeu a flor docemente. Nasci ao mesmo tempo em que o sol...- O principezinho percebeu logo que a flor não era modesta. Mas era tão comovente!- Creio que é hora do almoço, acrescentou ela. Tu poderias cuidar de mim?... E a convivência entre eles foi intrigando o Pequeno Príncipe:É bem complicada essa flor... pensava ele. Mas quando saiu de seu Planeta em busca de respostas sobre a vida e o amor, um dia confessou ao amigo, na Terra:- Não a devia ter escutado. Não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar seu perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. ... Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar. Depois de se decepcionar por descobrir tantas rosas iguais àquela que deixara em seu planeta, acreditando ser a única em todo o Universo, ele aprendeu sobre cativar: se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. E mais do que aprender a amá-la, ele aprendeu que uma flor, assim como uma mulher, pode ser única, ainda que existam milhares iguais a ela. E, então, diante de um jardim, amou enfim a sua flor:- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém... Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que matei as larvas. Foi a ela que escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa. Por isso, não leve tão a sério o que dizemos. Mais do que nossas queixas e complicações, é o que fazemos que nos torna merecedoras do seu amor...
Rosana Braga é Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro" e "Amor - sem regras para viver", entre outros. www.rosanabraga.com.br e Comunidade no OrkutEmail: rosanabraga@rosanabraga.com.br
Texto tirado do site Somos Todos Um- Link ao lado.


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